Vênus coloca os pés na sua casa de terra, ao mesmo tempo em que Mercúrio passa pelo centro do Sol em Peixes. Os dois eventos artísticos são vistos pela Lua-Caprica e portanto sentidos por nós.
A Lua não tem muito e nem precisa. A gente pega o que tem perto, pica a cebola na mão e faz um pitéu de cortadinho naïf de abóbora com quiabo!
Da maneira da @piteu_katianajara , só troquei o coentro pela salsinha. Não porque eu não goste, ao contrário, mas aqui ele não é um tempero do dia a dia, é decisão tomada sujeita a polêmica. Ih, não, sem polêmica hoje.
Segue a cadência desse Mercúrio gostoso, apoiado em desejo bastante concreto em forma de uma comida telúrica dessa.
“Naïf eu trago da minha Escola de Belas Artes quando quero falar da cozinha popular, de raiz, beirada de estrada, cafundós, espontânea, pura e ingênua, igualzinho à arte popular brasileira.
Só um fundinho de cebola e alho com salpicado de salsinha no final já fariam um bom cortadinho, mas tem receita pra mim que se não fizer naïf sinto um peso de profanação.
No interior da Bahia vão todos os temperinhos pro fundo da panela: cebola roxa, alho, tomate rasteiro, pimentão verde, pontinha de pimenta fresca e talinho de coentro pra refogar no azeite doce (oliva).
Ah! Os quiabos eu tiro a baba antes tostando numa frigideira teflon com umas gotas de limão e um fio de óleo pra incorporar à abóbora no final.
Refogadinhos os temperos, é somar a abóbora em cubinhos, um pouco de água fervente para cozinhar tampada coisa pouca até ficar ao dente. Acerta o sal, vem com o quiabo, deixa cair um punhadinho das folhas de coentro picadinhas e vai fazer uma foto no quintal.”
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