A Lua encontra Saturno e a sensação é de fome. A Vênus ela quase não vê, combusta pelo Sol em queda. Marte está peregrino mas tem um trunfo.
Eles fazem o seguinte: em um local público, acendem um fogo e colocam uma panela de água para ferver. Então adicionam pedras e começam a preparar a sopa. Marte com aquele jeito maroto e olhar ávido passa as mãos na barriga, Vênus e Sol, charmosos em suas debilidades (queda e combustão) atraem a curiosidade dos vizinhos
— O que vocês estão preparando?
— Uma sopa de pedra
— !! E é boa?
— É boa demais! O Saturno aqui tem as melhores pedras que alguém pode experimentar, coisa finíssima!
— Quando ficar pronta, posso provar?
— Claro! Logo fica pronta. Diz uma coisa, vizinho, por acaso você não tem um feijão, ou uma batata, só pra dar mais sustança no caldo?
— Tenho sim, vou buscar!
— Olha como encorpou! Sabia o que pode ficar bonito? Uns tomates. Não é, Vênus?
— Sim! Couve flor também, sempre dá uma graça.
O vizinho vai buscar e traz também ervilha, milho e algum macarrão.
Experimentam. Lua diz que falta sal, Marte diz que falta pimenta. O vizinho concorda. Vai buscar.
Então é servida a Sopa de Pedra. O vizinho concorda, é riquísisma! Agradece e diz que vai preparar sempre.
A Sopa de Pedra vem de várias histórias: França, Alemanha, Portugal. No Brasil o criador da iguaria é Pedro Malasartes.
A nossa história hoje vem inspirada por Capella, a estrela fixa que Marte está para alcançar, a estrela que traz a imagem da cornucópia, presente de Júpiter à cabrinha que o alimentou enquanto era um bebê escondido do pai devorador. A cornucópia é símbolo de abundância e a gente caminha pra ela. É só acrescentar à sopa 13 ingredientes.
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