Poucos dias do início da lunação na casa dos sonhos, a Lua começa a ganhar luz do Sol, que continua lá, domiciliado, jubilado, leãozão.
A Lua, logo mais em mútua recepção com Vênus, não quereria mais do que uma panela borbulhante de vários e encantadores perfumes: cardamomo, pimenta, canela, se mesclando ao tomate e açúcar mascavo e depois os legumes que lhe darão corpo.
Porém algo a impele a usar o forno, talvez mesmo o grande forno chamado Júpiter bem à sua frente, impossível de ignorar. Hm, não, é algo que vem do amor sem oposição. E quando ela pensa no recente contato solar, sorri.
"Debaixo da amendoeira de tua mulher, quando a primeira lua de agosto surge atrás de casa, poderás sonhar, se os deuses estiverem sorrindo, os sonhos de um outro."
antiga canção chinesa citada por Antonio Tabucchi
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