Ele deu mais um passo para trás e pousou os pés na terra. Falar de terra é falar de materialidade, de sentidos. Especialmente depois de ser tostado, é uma mudança bem grande de ambiente. Ele topa com Marte e vê Saturno perto. Desci demais?, se pergunta. Não, não me sinto exatamente mal. A Lua concorda que está num inferno mas não de todo ruim. Uma agonia daquelas boas, das que precedem uma catarse. Seus dispositores estão em Áries — fogo, a ignição —, Vênus e Marte em mútua recepção, se temperam. Lua, os mitos contam da violência de Netuno, você acabou de quadrar o Sol, se aproxima de Marte. Por favor, cuida desse corpo, dos desejos e impulsos. Agora que voltei pra Touro tenho toda uma biblioteca culinária para nos distrair e ajudar a acalmar os fogos. Deixe-me ver "Receitas de doces de convento", perfeito! Não posso pensar em nada mais anti-afrodisíaco, vamos lá:
"receitas de manjar-do-céu, papos-de-anjo, beijinhos, desmamados, levanta-velho, língua-de-moça, casadinhos maminha-de-freira, mimos-de-amor, ais, suspiros-de-freira, barriga-de-freira"
Lua do céu, o que será de nós?
Beijinho
500g de coco
500ml de água quente
Liquidificar metade do coco com a água quente.
Espremer e usar esse leite para bater a outra metade do coco. Se esfriar, esquente novamente.
Leve o leite obtido a uma panela com 1 xícara de açúcar.
Mantenha em fogo alto mexendo até que, pingando a calda sobre um prato frio, a gota não escorra.
Misture metade do resíduo de coco.
Deixe esfriar.
Com as mãos untadas, faça bolinhas, passe no resíduo de coco restante e finalize com um cravo.
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