11 maio 2021

Menu-lunação: TOURO

Amuse-bouche: Uvas 

Pasta al limone 

Couve-or assada com tâmaras e amêndoas 

Ambrosia de milho        


HARMEN STTNWYCK 
Still life with fruit and dead fowl, 1630 [1]


        Natureza morta é muito Libra. 

        Libra é o signo que ascende no horizonte no momento em que a Lua encontra o Sol em Touro. O encontro será na casa Oito. 

        Natureza morta é muito essa lunação.



        Libra é signo que dá domicílio a Vênus, deusa que trata das gostosuras, artes, amor e devoção.

        Libra também é formado pela exaltação a Saturno. E Saturno é o peso, o fim, a morte, ao mesmo tempo em que ultrapassa nosso tempo de vida, como a obra que ultrapassa o artista.

        Um dos resultados dessa combinação libriana é a beleza melancólica da natureza morta. Também é pertinente o inglês still life, a vida numa imobilidade que dá ao pintor a possibilidade de observar os detalhes, manipular as luzes — e as sombras, que são tão importantes quanto — para conseguir o efeito desejado ou para fazer investigações estéticas sem a mudança da luz natural que acontece na paisagem, por exemplo.

        Alguns pintores inseriram na composição um crânio, o que ficou conhecido como vanitas e é entendido como uma recomendação para que deixemos para trás as nossas vaidades, pois um dia todos seremos ossos (matéria de Saturno) e então seremos pó.

        E seremos novamente substrato para novas formas de vida. Permito-me juntar essa afirmação anacrônica — já que ja época não tínhamos a clareza deste ciclo tão presente quanto hoje — com a licença da Vênus que leve, levíssima em um signo mutável cujo mito é marcado por indas e vindas do mundo de Hades. Seu dispositor, Mercúrio, o deus psicopompo aliás, anda bem perto de Vênus, afirmando que o caminho é, sim, o das mutações, e elas são muito fáceis e interessantes. Voam esses dois passarinhos pela casa Nove do mapa, a casa de Deus, uma casa onde eles têm uma muito boa visibilidade do nosso movimento terreno, e sabem que os ossos não são o final de tudo.

        Vênus rege também o signo de Touro, onde se dá o encontro da Lua com o Sol na casa Oito. É de onde sopara a morte, visível na natureza morta. Na casa Oito também está o segredo. A Vênus, por regência, faz uma ponte para este lugar escondido. Como ela está com Mercúrio, nós assumimos que não sabemos como nossa expressão afeta o outro, e a deixamos livre, autêntica. A Vênus vai conseguir tocar a casa Oito de algum modo que não sabemos; minha sugestão é caminhar nesse sentido e não se preocupar em fazer arte panfletária. Tem tanta coisa que a gente quer gritar pro mundo, é verdade, mas não é a hora. Touro dá exaltação à Lua, e ela mesma está na caixa preta, em sua fase mais escura.

        Não tenha medo, a estrela fixa Sirius, no meio do Céu oferece proteção. É a alfa da constelação do Cão Maior, e a estrela mais brilhante do céu.

        Sirius, assim como Marte bem visível na casa 10, são dispostos pela Lua. Marte está em queda mas forte, angular, na sua triplicidade e pergunta: como lutar? Além de dar domicílio à Lua em Touro, Marte em Câncer exalta Júpiter, este em Aquário na casa Cinco, junto a Saturno. Mais uma vez, a casa da Arte. A sua obra pode ultrapassar a sua vida.

WAYNE THIEBAUD
Cakes 1963 [2]

        A cereja deste bolo é um Lote Árabe. Os lotes são pontos no mapa, localizados a partir da relação entre dois planetas: a distância em graus entre eles, na circunferência do mapa, forma um arco, e este arco é projetado a partir do Ascendente, que afinal é o início de tudo, e o grau marca sua outra extremidade é o do Lote Árabe. Existem lotes para inúmeros temas. O Lote da Fortuna é um deles, resultado da relação entre Sol e Lua. Como nos mapas de início de lunação os luminares estão juntos, sua distância é zero, e o Lote coincide com o grau do Ascendente.[3]

        Pois, a relação entre Mercúrio e Vênus indica o Lote da Arte [4]. Como eles estão bem perto, a apenas nove graus de distância, o Lote da Arte está a nove graus do Ascendente e, portanto, em Libra, na casa Um, lugar fortíssimo do mapa. E segue a Fortuna.

        Mesmo nas pinturas que não mostram crânios humanos ou carcacinhas de animais — até mesmo sem imagem figurativa, pois obras abstratas também são carregadas de potência — a arte pode nos levar para esse lugar, a casa de Deus, acima das vaidades, especialmente na lunação em que os dispositores do Ascendente e do Lote da Arte se ajudam abertamente no trígono entre as casas Cinco, a casa de Vênus, das criações, a Nove e o próprio Ascendente. O museu é um lugar onde a gente se sente não mais que um sopro.

        Vênus está bem perto do Mercúrio e ele, mimético, expressa os atributos venusianos, e costura a beleza do mundo sensível da matéria com os valores da casa Nove. Quem sabe a mão na massa nos trará epifanias! Como disse Picasso: „Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando".

        Mercúrio está prestes a fazer com Saturno o trígono exato, e quando além do trígono por signos, os planetas estão no mesmo grau, o aspecto fica muito mais forte. Saturno segue domiciliado em Aquário, o signo fixo do inverno, de temperamento sanguíneo, portanto valoriza as ideias e — com este trígono ao rápido, atento e curioso Mercúrio geminiano — valoriza, quiçá, as epifanias! (Repito mesmo que é para conjurar!). Sendo um signo fixo, talvez ela se torne um marco. Também num trígono está o Ascendente. Você percebe que com isso temos um triângulo de ar no mapa? Meu palpite: deixar o canal aberto, criar sem julgamentos, seja nas artes tradicionais, desenhando, dançando, escrevendo ou fruindo pinturas, textos afinal, o fruidor/interlocutor é quem completa o ciclo (o escritor é o pai, que dá a semente e o leitor é a mãe, que gesta); pode ser, certamente, em novas maneiras de se expressar, como redes sociais; pode ser no visual, especialmente porque o lote da Arte está na casa 1, a do corpo; que tal nas atividades cotidianas? Dar atenção venusiana (beleza e devoção) ao arrumar armário, a cozinhar. Por ora não sabemos onde isso vai dar; quando a Lua tiver sua cheia, em Sagitário, quem sabe? É uma lunação de casa Oito então não podemos esperar muita clareza, mas provavelmente uma direção pois Sagitário tem a mira.

        Quando a Lua minguar, especialmente em Touro, que é um signo melancólico de ritmo still life, será o momento de olhar para essas coisas e ruminar. A Vênus estará em Câncer, que junto com o frio que chega, favorece a introspecção, e Mercúrio, ainda em Gêmeos, estará retrógrado, e como a Canela Borges costuma colocar, é uma ótima ocasião para olhar em retrospectiva, analisar os processos.[5] Faça um panelão da nossa Ambrosia e se permita ser melancolicamente feliz.[6]

        


A gente não quer só comida 

   

Mas a gente quer comida. 


        Ao buscar um preparo que falasse de Libra e Touro ao mesmo tempo, a primeira imagem que me veio foi veludo. Da elegância grave libriana, da delícia taurina. Ambos regidos hoje pela Vênus leve e absolutamente adaptável, e assim é o milho. E assim a ideia do curau de milho foi a primeira anotação. Então, no decorrer do processo encontrei uma revelação bombástica do Monteiro Lobato.[7]

        Este prato de couve flor é quase um all over, veja a foto no link da receita, a disposição dos ingrediente na forma, do gesto de derramar o melado, o dripping de limão, espalhar os verdinhos. Tons do marcial Pollock porém com sabores venusianos.

          O preparo da base amarela também me lembra a energia gestual, e o sabor telúrico da cúrcuma dá o chão terra cheirosa de Touro.

        É um prato tão interessante e gracioso que a Vênus geminiana vai adorar. E se você tiver alguma pimenta bem fermentada, garante a profundidade de casa Oito, na fermentação como processo limite entre a vida e a morte.


        Como base da refeição, o corpanzil taurino, a pasta al limone. Tenho a ideia fixa que o macarrão é a Lua em Touro e culpo, sim, a arte! Mais especificamente o Italo Calvino, que me apresentou a sra. Ph(i)Nko e é difícil pensar em outra Lua em Touro no Olimpo dodoístico [8]. Touro é o signo da casa 12 do mapa Thema Mundi [9], a casa da gestação, nesse caso, a gestação do Big Bang.

        Felizmente a sra. Ph(i)Nko deixou várias descendentes, algumas delas você pode conhecer no canal Pasta Grannies.

        Os preparos da refeição são poucos mas de preparo taurino; não tenha pressa, repare na estrutura da couve flor, respeite essa estrutura em vez de se impor com a faca e esfarelar os floretes, aproveite bem o milho, cortando bem rente ao sabugo e depois coando o suco de milho com calma, para não fazer espirradeira na cozinha. Prepare a massa de macarrão com gosto, observe sua textura logo após a mistura e depois do descanso, e você sentirá a beleza da combinação de glúten e tempo.

        Para todo esse fazer tenha à mão as uvas frescas, o amuse bouche, que entretém e agradam a boca e os dedos.


NOTAS 

[1] https://artyfactory.com/art_appreciation/still_life/harmen_steenwyck.htm

[2] https://www.dailyartmagazine.com/wayne-thiebaud-sweet-paintings/

[3] o Lote da Fortuna é marcado pelo glifo que é o círculo com um xis.

[4] fórmula para encontrar o Lote da Arte: {Asc + Mercúrio - Vênus} para mapas diurnos; {Asc + Vênus - Mercúrio} para mapas noturnos.

[5] a Canela inclusive propõe a retrogradação de Mercúrio para a revisão e análise da sua jornada pessoal. Mais detalhes em https://www.jornadamaisleve.com.br/ 

[6] não me refiro à melancolia como tristeza mas sim ao temperamento. Você se lembra das explicações da Luísa Nucada no texto-menu de Capricórnio? 

Melancólico: frio e seco Estável como a Terra. O outono chega para avisar que todo carnaval tem seu fim. O pessimismo, que na verdade é um senso muito apurado de realidade, é a consciência de que tempos de vacas magras existem, por isso é preciso saber poupar, planejar, agir com racionalidade. Antes de sair fazendo, raciocinam: essa ação é adequada? Melancólicos têm pé no chão e abordagem prática. Concretos, ligados à materialidade e com certa obsessão por controle, contam com concentração para dedicar-se a atividades demoradas, e tendem a reflexões profundas. A secura pode aparecer na personalidade como sarcasmo, e no corpo, como lábios rachados e pele ressecada. É associado aos signos de Terra: Touro, Virgem, Capricórnio.” 

@nux.astrologia 


[7] EMÍLIA PROVA A AMBROSIA 

    "Quando os personagens do Sítio vão à Grécia Antiga em busca de Tia Nastácia, que fora sequestrada pelo Minotauro, o trio formado por Emília, Pedrinho e o Visconde chegam bem perto dos deuses do Olimpo, disfarçando-se de arbustos. Emília, então, sempre proativa, dá um jeito de realizar o sonho de todo o aficionado por mitologia: provar o néctar e a ambrosia.

Os “arbustos” tiveram a atenção atraída por um rapagote de grande beleza, mas que não dava a ideia de um deus. E não era. Era Ganimedes, o menino que Zeus raptou da terra para transformá-lo em garçom do Olimpo. Entrou com uma bandeja de ouro na qual se viam várias ânforas e taças.

— Chegou a hora! O garçom do Olimpo vai oferecer uma taça de néctar a Zeus!

Ao ouvir a palavra néctar, Emília ficou assanhadíssima, chegando a botar a cabeça fora da galharada. Pedrinho teve de pregar-lhe um beliscão.

— O néctar! O néctar! — repetia a diabinha. — Olhem o regalo de Zeus! Que delícia não deve ser o tal néctar…

Depois de servir a divina bebida, Ganimedes apresentou os pratos de ouro com ambrosia.

Segundo assanhamento da Emília e segundo beliscão de Pedrinho. Ela queria por força correr até lá, ver, pegar, cheirar — devorar o alimento dos deuses. 

Concluída a sua olímpica refeição, o deus dos deuses mandou que Ganimedes servisse aos demais. Imediatamente Eros espichou a mãozinha e “pescou” uma dedada de ambrosia — e Emília, lá dentro da sua túnica de folhas, lambeu os beiços. Seus olhos seguiam Ganimedes. 

— Quero ver para onde ele vai depois de servir a todos.

Ganimedes serviu a todos e retirou-se para certo ponto do Olimpo, onde uma nuvenzinha cor de madrepérola servia de copa. 

— É lá a copa do Olimpo — sussurrou Emília. — É lá que guardam as ânforas de néctar e os pratos de ambrosia — e começou a arquitetar um plano. Assim que viesse a noite e os deuses ferrassem no sono, os três se aproximariam da nuvenzinha-copa e mandariam o Visconde furtar um pouco de néctar e de ambrosia.

O Visconde suspirou. Ele, sempre ele. Só se lembravam dele nos lances perigosos, ai, ai… 

A impaciência de Emília aumentava, e por proposta sua foram se afastando dali a fim de escolherem posição mais estratégica.

O novo ponto em que se colocaram revelou-se ótimo. Permitia-lhes ver todo o interior da copa e localizar o deslumbrante móvel, todo de ouro, em que Ganimedes guardava as divinas substâncias. 

— É a geladeira do Olimpo — disse Emília — e o garçom esqueceu-se de fechar a porta. Que bom…

Ah, como estava custando a anoitecer! A ex-boneca sapateava de impaciência. Punha os olhinhos no sol e dizia: “Mais depressa, Hélio. Deite-se hoje mais cedo.”

O sol, afinal, deitou-se na sua cama do horizonte. A Noite foi desenrolando por sobre o mundo as suas peças de crepe. Os deuses recolheram-se cada qual à sua nuvem. Entrou a reinar um silêncio verdadeiramente olímpico. 

— É hora — murmurou Emília — e deu as últimas instruções ao Visconde, o qual as ouviu com o suspiro de sempre. “Agora desça a mala” — e depois que o Visconde arriou a maleta, Emília abriu e tirou de dentro um vidro e um pires. 

— Para que isso? — perguntou Pedrinho. 

— É boa! Para pegar o néctar e a ambrosia. 

— Ah, linda…

— Claro. Costumo prever tudo. Se não fosse a minha idéia de trazer esse vasilhame, como iríamos nos arranjar agora? Quando penso num caso, penso direito, penso até o fim, sem esquecer coisíssima nenhuma. Tome, Visconde, este vidro e este pires; encha o vidro de néctar e ponha no pires um bom pedaço de ambrosia — um bom pedaço, veja lá! Faça isso e volte correndo, porque se o garção o pilha, faz como Juno fez para o Vulcaninho — arroja-o sobre a Ilha de Lemnos. 

O Visconde tomou o vidro e o pires e lá se foi, pé ante pé, para a nuvem-copa. Diante da geladeira executou as ordens recebidas — néctar no vidrinho e um bom pedaço de ambrosia no pires. E, olhando para todos os lados voltou, no maior dos ressabiamentos.

Mal se reuniu aos companheiros, Emília quase lhe arrancou das mãos as duas preciosidades. Cheirou o vidrinho e provou o conteúdo na ponta do dedo. 

— Ah, era o que eu pensava! Mel dos deuses — mas um mel mil vezes mais gostoso que o das abelhas. Não enjoa, não é doce demais. Prove, Pedrinho. Veja que suco…

Pedrinho provou o néctar e estalou a língua. 

— Maravilhoso, Emília! Vale a pena ser deus só para chuchurrear este assombro de gostosura — e provou de novo, e daria conta do vidro inteiro, se Emília lho não arrancasse das mãos. “Isto vai para Narizinho. Vejamos agora a ambrosia.” 

Tomou o pires, cheirou o alimento dos deuses, provou-o com a ponta da língua e fez cara de quem procura lembrar-se duma semelhança. Por fim exclamou: 

— Curau de milho verde, Pedrinho! Curau do bom — mas muito melhor do que o de tia Nastácia. Prove…

Pedrinho tirou uma dedada e levou-a à boca. Seus olhos se arregalaram. 

— Sim, curau, não há dúvida. Mas que curau, Emília! Gostosíssimo — e tirou outra dedada. 

Emília puxou o pires para continuar no exame do creme divino. Pensou: 

— Se é da família dos curaus, não vale a pena levar, porque azeda. Que pena! Narizinho vai morrer de desgosto…

E como não valia a pena levar porque azedava, resolveram comer toda a ambrosia ali mesmo. O Visconde lambeu o pires. 

Em: Lobato, Monteiro. O Minotauro.

[8] Tudo num ponto, de Italo Calvino. texto aqui

[9] Thema Mundi é o horóscopo do mundo: http://www.astrologiamedieval.com/tabelas/Thema-Mundi-O-Horoscopo-do-Mundo.pdf

[10] o professor Claudio Moreno colocou que a ambrosia servida no Olimpo é também um cosmético e ainda é uma espécie de conservante que os deuses passam nos cadáveres dos herois para que eles não apodreçam antes da cerimônia. https://noitesgregas.com.br/elementor-37/episodio-1-o-que-e-um-deus-texto-que-gos to-tem-a-ambrosia/


Menu-lunação Touro 


Amuse-bouche: Uvas 

Pasta al limone 

Couve-or assada com tâmaras e amêndoas 

Ambrosia de milho


Couve-flor assada com tâmaras e amêndoas 

receita daqui 


1 cabeça de couve-flor 

¼ xíc de azeite de oliva 

2cc cúrcuma 

¼ cc sal


3cS talinho de coentro bem picadinho 

2cS pimenta gochujang ou um molho de pimenta fermentado 

2 cS suco de limão tahiti 

1cS azeite de oliva 

1cc melado 

4 tâmaras secas, em fatias longitudinais finas 

½ xíc folhas de coentro 

3cS de amêndoas tostadas quebradas


Aqueça o forno a 220ºC. 

Destaque os floretes da couve flor, corte os que forem muito grandes, os pedaços devem ficar do tamanho de bocados.

Besunte bem os bocados de couve-flor com o azeite, o sal e a cúrcuma. 

Espalhe em uma forma e leve ao forno por 25 a 30 minutos. 

Retire do forno e disponha os outros ingredientes all over.


Pasta al limone 

Massa: 

Limpe o rolo de macarrão (aqui em casa uso o de madeira então sempre tenho que começar por essa parte para que ele fique bem seco a tempo)

Para a massa, use 100g de farinha de trigo por pessoa. 

Faça um vulcãozinho com a farinha e coloque no centro o azeite de oliva: para cada 100g de farinha, 1 cS de azeite e uma pitada de sal. Mexa com um garfo e venha incorporando aos poucos a farinha da borda, adicionando um golinho de água de cada vez, se necessário. Ao final, com toda a farinha incorporada, a massa deve ficar robusta. Se ficar molenga adicione mais farinha e se ficar dura adicione mais uns pingos d'água. 

Forme uma bola, cubra com um plástico e deixe descansar por pelo menos meia hora ou, melhor ainda, retome esse processo só quando a couve flor estiver quase pronta, porque enquanto a gente não tem prática, pode ser um pouco grudento lidar com a massa fresca se ela repousa depois de cortada. 

Então comece a abrir a massa. Polvilhe uma superfície com farinha e coloque ali a bola. Achate-a com as mãos e comece a esticar com o rolo. sempre do centro para as bordas e sempre polvilhando mais farinha quando começa a grudar. Quando estiver na espessura desejada (no máximo 2mm), polvilhe mais farinha, dobre e corte em tiras. Desenrole os tagliatelli e, se necessário esperar, deixe-os em lugar aberto, bem espalhado polvilhado com farinha.


Finalização: 

para 2 pessoas: 

1 dente de alho, em lâminas 

salsinha picada 

1 limão siciliano 

azeite de oliva 

pimenta calabresa 

pimenta do reino 

1 pacotinho (50g) de queijo ralado vegetal (gosto da marca Sora)

Coloque água para ferver e cozinhar o macarrão.Tente não colocar água demais, pois usaremos essa água com amido solto pelo macarrão para aveludar o molho.

Na frigideira ainda fria (uma frigideira que caiba todo o macarrão também) coloque o azeite, o alho, a pimenta calabresa, raspas do limão e pimenta calabresa. Acenda o fogo baixo para que nada queime. Em alguns minutos o alho estará caramelizado.

Coloque na frigideria o macarrão al dente, mas um pouco mais durinho do que o desejado, pois ele terminará de cozinhar ali. Se você optar pela massa fresca, deixe-a cozinhando apenas por 30 segundos antes de juntar à frigideira. 

Misture bem, com cuidado para não quebrar o macarrão. 

Acrescente o suco de limão, salsinha, mais um pouco de azeite de oliva e o “queijo”. Mexa novamente.

Acrescente água do cozimento do macarrão aos poucos até que você obtenha um molhinho sedoso.

Sirva imediatamente.  


Ambrosia de milho [10] 

Limpe as espigas de milho: retire a palha e os cabelos e faça uma infusão com eles. 

Apoie a espiga em pé em uma tábua. Com uma faca corte rente ao sabugo para debulhar. Se ficar desconfortável, corte a espiga ao meio que facilita bastante para fazer um corte reto, e também te dá uma base bem plana para apoiar

Se você não tiver farinha de aveia, bata agora no liquidificador seco 3cS de aveia até que fique bem fina. 

Coloque no liquidificador 3 xícaras de milho, 2 xícaras da infusão das palhas e cabelos (se estiver fria melhor) e bata bem. Coe em uma peneira, apertando bem o bagaço para retirar todo o suco que conseguir.

Leve a uma panela, adicione 3cS de farinha de aveia e adoce com 3cS de açúcar. 

Se quiser uma gordurinha, fique à vontade para acrescentar leite de coco industrializado. Meia xícara já deixará o curau bastante untuoso. Mas não é necessário, o milho sozinho já é garantia de um doce bem suculento. 

Coloque uma música, deixe as uvas à mão e leve ao fogo baixo pra médio. Mexa sempre pois o amido tende a pesar e a formar grumos no fundo da panela. Mesmo quando ferver não pare de mexer. Você verá que já está bem mais espesso do que no começo. Se parecer muito líquido (cada milho tem sua quantidade de amido) continue mexendo com a panela no fogo.

Ele vai ficar bem mais durinho quando gelar então de qualquer maneira deixe mais molinho do que o desejado. 

Quando estiver no ponto apague o fogo e coloque algumas gptas de essência de baunilha. Não é a ideia deixar o curau com sabor de baunilha, é só um aroma de sugestão quase imperceptível, coisa de casa Oito. então você pode colocar direto na tigela, ou tacinhas, e cobrir com plástico. Deixe o plástico encostado na superfície do doce para que não resseque. Se suas tacinhas forem muito delicadas, deixe esfriar um pouco na panela mas continue mexendo. Sirva com canela.


LISTA DE COMPRAS 

para duas pessoas 

Feira: 

uvas 

couve flor 1 pequena 

alho 1 dente 

salsinha 1 maço 

coentro 1 maço grande 

limão siciliano 1 un 

limão tahiti 1 un 

milho fresco maduro 3 espigas

Secos e molhados: 

pimenta calabresa 

pimenta do reino 

pimenta gochujang ou pimenta fermentada 2cS 

melado 1cc 

tâmaras secas 4un 

amêndoas 3c 

macarrão ou farinha de trigo 200g 

queijo ralado vegetal Sora farinha de aveia 3cS 

açúcar 3cS 

baunilha ou leite de coco opcional 

canela 

azeite de oliva 

curcuma 2cc


[texto enviado na data da lunação para apoiadores, publicado aqui em 03/01/25]


        



 

 

        


        

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