11 abril 2021

Menu-lunação: ÁRIES

Gengibirra 

Shiro Wat 

Ye’abesha gomen 

Panqueca da barriga da baleia 

Café



        Eis o mapa da lunação que se inicia hoje. A linha horizontal que corta o mapa em dois, passando pelo centro da circunferência, é a linha do horizonte. O Ascendente é o ponto em que essa linha encontra a circunferência. 

        Numa imagem mais luminosa: é onde o Sol nasce. 

        Imaginemos que o mapa é o mundo cortado ao meio, agora longitudinalmente. 

        Você é o ponto de referência então você está no centro do mapa e só enxerga o que está acima da linha do horizonte. Então você acorda na sua cama no centro do mapa e vê o Sol nascendo no Ascendente, marcando aproximadamente 6 horas da manhã, subindo no céu com sua carruagem de fogo. Enquanto isso você continua fazendo suas coisas no centro do mapa, é ali que você toma café da manhã, limpa caixa de gato, pula corda, responde e-mails e tudo mais. Na hora do almoço o Sol está no meio do caminho, bem no centro do céu, brilhando, tostando.

        No mapa também é assim, o ponto mais alto do mapa, chamado de Meio do Céu, e marca meio dia. O Sol continua seu movimento em direção à casa 9, 8, até que passa novamente pela linha do horizonte, e se põe. Vai iluminar o dia das pessoas que andam de ponta cabeça em relação a nós.

        Agora olha o mapa da lunação acima. O Sol (o glifo do Sol é a circunferência vermelha com o ponto no centro, que está junto com a Lua) está quase no ponto mais baixo do mapa. Isso indica que é perto da meia noite.

        O que chama atenção é que não é só o Sol e a Lua abaixo da linha do horizonte mas todos os planetas. Se nesse momento você abrir o Skymap ou outro aplicativo de mapa astronômico e procurar por qualquer um dos outros cinco planetas utilizados na Astrologia Tradicional, todos estarão abaixo dos seus pés. Agora olha o mapa seguinte. Para comparação, gerei o mapa do momento da lunação do outro lado do mundo, de uma localidade na Austrália com a latitude aproximada de Brasília, nossa cidade de referência. No momento em que a Lua encontra o Sol aqui, às 11.29h da noite, lá é quase meio dia: 11.40h. Também os planetas todos acima da linha do horizonte.

        
        É interessante ver isso, não? Mapas com bastantes semelhanças são também muito diferentes. 
        Só aquele pontinho de encontro entre o horizonte e a circunferência determina o sabor de todo o mapa. O que ascende ali? 
        No mapa da lunação ascende no grau 15 de Capricórnio uma estrela, a Vega, da constelação da Lira, cuja música encanta homens, deuses, animais e monstros

        Mais duas estrelas fixas marcam o ciclo de Áries: Mercúrio está conjunto a Alpheratz, da constelação de Andrômeda, e os luminares se encontram junto à estrela Baten Kaitos, da constelação de Cetus, localizada na barriga do monstro. Essas duas constelações se referem à mesma narrativa:

        Perseu, filho de Dânae e Zeus, é aquele que decepou a Medusa. Quando voltava para casa, com a cabeça decepada em uma sacola, “Perseu parou para descansar e refrescar-se um pouco em Quêmis, no Egito, onde ainda se rende culto a ele, e depois continuou seu voo. Ao rodear a costa da Filístia em direção ao norte, vislumbrou uma mulher desnuda acorrentada a um rochedo marinho, pela qual imediatamente se apaixonou. Era Andrômeda, filha de Cassiopeia e Cefeu, o rei etíope de Jopa. Cassiopeia se vangloriava de que ela e sua filha eram mais belas que as nereidas, e estas foram se queixar do insulto ao seu protetor, Poseidon, que enviou então um dilúvio e um monstro marinho para assolar a Filístia. Quando Cefeu consultou o oráculo de Ámon, foi-lhe dito que sua única esperança de salvação era sacrificar Andrômeda ao monstro. Por essa razão, seus súditos se viram obrigados a acorrentá-la a uma rocha, totalmente desnuda, embora conservasse algumas joias, e abandoná-la à mercê do monstro
Quando Perseu voava na direção de Andrômeda, ele viu Cefeu e Cassiopeia observando ansiosos da margem próxima e foi ter com eles. Com a promessa de que, caso ele a salvasse, ela lhe seria dada em casamento e voltaria com ele para a Grécia, Perseu alçou voo novamente, empunhou sua foice e, mergulhando das alturas alucinadamente, decapitou o monstro que se aproximava, e que se deixara enganar pela sombra de Perseu projetada no mar. Para que o monstro não levantasse a vista, ele retirara da sacola a cabeça da górgona, a qual ele depois depusera com a boca para baixo num leito de algas e plantas marinhas que, instantaneamente, se transformara em corais.” [1]

        Devemos trazer o mito ao nosso contexto. Passo por passo, segura esse carneiro! 
        Mercúrio, Lua, Sol e Vênus estão em Áries, todos fortes porque na casa 4, uma das angulares do mapa. 
        O Sol se exalta em Áries.
        Quando a distância entre o Sol e outro planeta é 8° ou menos, o planeta está combusto. Isso pode causar diferentes tipos de aflição, a depender da natureza do planeta e do signo onde estão, mas é inegável que o planeta está no mínimo nervoso e ofuscado, não consegue enxergar bem. 
        Portanto Mercúrio e Vênus estão combustos. 
Mercúrio com Alpheratz, aliás, está cada vez mais próximo do Sol (Mercúrio anda mais rápido que o Sol). É Andrômeda já sentindo o bafo do monstro. Vênus além de combusta está exilada. Vênus se exila em signos de Marte.

        Quem está forte é Cetus, o monstro enviado por Poseidon para destruir Jopa. Sol-Lua-Cetus que neste mapa engole e cega os outros planetas. O site Astrology King relaciona o monstro Cetus com a Baleia da narrativa bíblica, a que engoliu Jonas e lhe proporcionou uma combinação de tempo e uma situação apavorante [2] para fazer reflexões e também para gritar/rezar por socorro.
        Joseph Campbell, como de costume, deixa a coisa mais interessante: entrar na barriga da baleia é uma das etapas da sua jornada do herói. Para ele é um mergulho no subconsciente, quando o heroi deve deixar de querer ter o controle racional sobre tudo e entra em contato com uma força natural perigosa e poderosa que vem da sua raiz. Nas palavras dele mesmo.
        
Cetus, as represented by Sidney Hall in this card from Urania's Mirror (1825). 
(Library of Congress/Sidney Hall)


Na barriga da baleia 

        Na análise de um planeta devemos sempre olhar o seu dispositor (o planeta regente do signo onde está o planeta analisado). Áries dá exaltação ao Sol e dá domicílio a Marte.
        Marte está jubilado, muito forte na casa 6, a casa das doenças. Em um signo de Ar. Marte mutável, capaz de se adaptar e gerar novas cepas. A doença que se propaga por aerossóis colocou a gente em casa, reféns de Cetus.
        Marte em mútua disposição com Mercúrio, deus das trocas, do comércio, da comunicação, que está impaciente, voluntarioso e rápido na gambiarra argumentativa do “só uma passadinha ali na casa de fulano, todo mundo tá se cuidando”, da gambiarra do “só comprar ali um presentinho de natal/páscoa/dia das mães” mesmo com a loja cheia, como se o respeito não fosse o melhor presente.
        Por outro lado, claro, também estão na barriga da baleia o próprio Mercúrio, então o comércio e as trocas. Mercúrio também é significador da mente racional, lógica e científica, e Vênus, a significadora dos encontros, dos desejos. 
        Neste vídeo, Viviane Mosé aqui, a civilização se impõe à natureza. A civilização como racionalidade, controle, negação do que é trágico e próprio da vida; o controle dos nossos desejos, através de religião, padrões de imagem perante a sociedade, marketing. A civilização antropocêntrica e predatória. E agora, a vida, ingovernável, se impõe.
        Essa fala vai de encontro ao sugerido por Campbell: ao entrar na barriga da baleia abrimos mão do suposto controle e agarramos o poder da natureza da qual somos parte.
        Achei muito engraçadinha e pertinente a ilustração abaixo representando as etapas da Jornada do heroi do Campbell com o monstro marinho no ponto mais baixo do círculo.
        É como o nosso mapa onde Cetus, uma criatura marinha, está num ponto muito abaixo da linha do horizonte, em profundezas onde não chega a luz. E dentro dele estamos nós, que sempre vamos com a Lua [3], e ainda mais Jonas, Mercúrio e Vênus, todos na sua barriga. Não é mesmo como nos sentimos?



Fogo 
        Como o mapa não traz um texto fechado, podemos mudar uma chave de leitura: Cetus é uma criatura do mar, mas Áries é um signo de Fogo. 
        Áries é o signo que traz a primavera, a vitória da vida sobre a morte do inverno, lembra do Sol Invictus? Não é a vida sendo gestada, como em Câncer, mas é ela pronta, com pressa de nascer! O que a gente tem, lá no fundo do mapa, das profundezas do mundo, é Vida! Pulsando, louca pra explodir, é um verdadeiro vulcão!
        Jonas sofreu uma metamorfose durante a viagem na baleia [4] e assumiu a missão que lhe foi atribuída: ir a Nínive, uma cidade extremamente violenta, entre outros “pecados”, para dar a mensagem de que Deus a destruiria. E tão importante quanto a mudança de Jonas, é, também frente a uma ameaça, a mudança de toda a cidade. Portanto a vida clama mas não do modo como — supostamente — a moldamos até ontem. Uma manifestação nova, da Vida regida por um Marte forte e adaptável, ele em trígono e o Sol em sextil com Júpiter, o grande benéfico em Aquário, signo que dá poder ao coletivo. A vida não precisa jogar fora a cultura (Gêmeos e Aquário são signos humanos) mas ela precisa ser de todos. E de todos incluindo então a natureza, os recursos, os animais. Enfim, eu que não conseguiria exaltar mais a Vida, e Marte, do que a Viviane Mosé. Se você tiver tempo e disposição recomendo muito. 
        
        Para ajudar a traçar um caminho buscamos a Parte da Fortuna. O nome já sugere. Nos mapas de lunação essa parte está conjunta ao Ascendente então voltamos pra lá. 
        Aos quinze graus de Capricórnio está a estrela fixa Vega, da constelação da Lira. Estrela da natureza de Vênus, a pequena benéfica. Cantemos o amor, mesmo que perdido, busquemos a harmonia, que é da natureza de Vênus.
        A Viviane Mosé comparou nosso tempo a dois prédios: um ruindo e outro sendo construído. E os dois prédios são o mesmo. É uma imagem tão boa para uma lunação de Áries na casa 4.
        Participemos disso sem repetir o erro do Orfeu, sem olhar para trás com desconfiança, como se o outro não estivesse cumprindo sua parte no trato. Que saibamos deixar ruir o que deve ruir e cuidar do que deve se desenvolver. 


Menu 
        A casa 4 trata de raízes em geral: raízes familiares (ancestrais), propriedades, inícios. De lá traremos dois rizomas, um deles é o gengibre.
        Na cozinha há dois termos bastante arianos: o punch (soco) e o kick (chute). Não sei quais seriam as palavras em português mas é aquele elemento que vai dar uma levantada nos sabores. 
        Ao gengibre, garantia de um bom punch em qualquer preparo, vamos dar um kick: vamos fazer gengibirra. Vênus em Áries mandou um beijo.        


        A outra raiz é um monstrinho. Quem nunca torceu o nariz para aquela batatinha escura peluda na banca do horti-fruti, e não torceu mais ainda o nariz quando descascou a bichinha e descobriu sua carninha lisguenta, é porque nunca teve a missão de cozinhar um inhame. Mas, como dizem, ajoelhou na barriga da baleia agora tem que rezar [5]. E como esse é o lugar de transformação e renascimento, o inhame também se encaixa direitinho porque ele é muito rico em nutrientes, e a gente precisa ficar forte e sobreviver ainda com forças para reconstruir nossa civilização. Não igual ao que era antes e já nos maltratava, de preferência.
        O rizoma traz a imagem da falta de hierarquia. Diferente de uma raiz que tem um eixo principal de onde saem raízes menores, o rizoma tem um desgoverno, as batatinhas vão se reproduzindo em indivíduos iguais, como Júpiter em Aquário.[6] 
        Então vamos para a Etiópia, pois é onde fica Jopa, a cidade atacada por Cetus.
        Os textos também colocam como Etiópia como o ponto de onde partiu Jonas no barco do qual foi jogado no mar, mas as fronteiras geográficas mudam, e naqueles tempos era conhecido como Etiópia grande parte do norte da África e não só o que hoje é delineado como o país.[7]
        Aproveito também para lembrar que nos tempos antigos as baleias eram consideradas monstros. Imagine você, navegador da juventude da nossa civilização, começando a conhecer os mistérios do mar, e se depara com esse animal gigantesco cuja movimentação mexe com tal volume de água que pode tirar o seu sossego.
        Da Etiópia faremos duas receitas: Shiro Wat - lava incandescente da casa 4. E Ye’abesha gomen, uma couve com punchs e também muita vitamina.
        Marte também trata do nosso sistema imunológico e está jubilado. Então vamos fornecer todo o material que ele precisa para estruturar nossas defesas: nutrientes! Não adianta muito estar bem disposto e não ter ferramentas pra trabalhar.
        A culinária etíope tem um pão chamado injera, preparado com um grão que não encontrei aqui na cidade, o teff. É um pão com uma cara linda de panqueca, todo furadinho. Como o teff fermenta por três dias, seu sabor fica bem pungente acidinho.
        No lugar da injera vamos de panqueca de inhame, que não tem o azedinho-ácido então a gente complementa com palmito em conserva. Com limão extras. Pow!

        A estrela Vega deve estar em todo o processo. Cozinhar tem ritmo, oferecer a comida tem encantamento. Ofereça a Marte para que ele seja significador jubilado do nosso sistema imunológico mais do que da ameaça, para que a energia ariana seja impulso de vida e a temporada na barriga da baleia seja realmente uma etapa na jornada do heroi, e que seja transformadora.
        Claro, coloque música. Sugiro que você inclua essa [8], na versão da Pimentinha. 
        Ainda sobre a Vega: se você gostou de cultivar brotos, dê bom dia a eles, em voz alta. Se eles estiverem no ponto de colheita, traga também para essa refeição. Refogado rapidamente como indicado no menu passado.

        De sobremesa:

"Café : Noir comme le diable 
Chaud comme l'enfer 
Pur comme un ange 
Doux comme l'amour." [9]

        A Etiópia é o berço do café, a casa 4 do café.


Notas: 
[1] GRAVES, Robert. Os mitos gregos. vol I. RJ: Nova Fronteira. 2018. pág 365-6 
[2] Baten Kaitos é uma estrela da natureza de Saturno, o senhor do Tempo. Situações apavorantes também são afins a ele, já que seu júbilo é na casa 12, a casa dos pesadelos, da loucura, das prisões e dos inimigos invisíveis 
[3] a Lua é a significadora do povo em mapas de Astrologia Mundana 
[4] gostei de como isso foi ilustrado nesta animação, com a imagem do casulo, e depois o fogo nos olhos 
[5] poderia ser pior: 

     via @70s_party

[6] pra quem quer um buraco mais embaixo é pertinente o conceito de rizoma de Deleuze e Guattari. A entrada pode ser aqui.
[7] https://pt.wikipedia.org/wiki/Eti%C3%B3pia_(Gr%C3%A9cia_Antiga) 
[8] Se eu quiser falar com Deus, de Gilberto Gil

"Se eu quiser falar com Deus 
Tenho que ficar a sós 
Tenho que apagar a luz 
Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz 
Tenho que folgar os nós 
Dos sapatos, da gravata 
Dos desejos, dos receios

Tenho que esquecer a data 
Tenho que perder a conta 
Tenho que ter mãos vazias 
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com 
Deus Tenho que aceitar a dor 
Tenho que comer o pão 
Que o diabo amassou 

Tenho que virar um cão 
Tenho que lamber o chão 
Dos palácios, dos castelos 
Suntuosos do meu sonho 

Tenho que me ver tristonho 
Tenho que me achar medonho 
E apesar de um mal tamanho 
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com 
Deus Tenho que me aventurar 
Tenho que subir aos céus 
Sem cordas pra segurar 

Tenho que dizer adeus 
Dar as costas, caminhar 
Decidido, pela estrada 
Que ao findar vai dar em nada 
Nada, nada, nada, nada 
Nada, nada, nada, nada 
Nada, nada, nada, nada 
Do que eu pensava encontrar"

[9] de Talleyrand 

"Café: escuro como o diabo 
quente como o inferno 
puro como um anjo 
doce como o amor."



Menu-lunação Áries 

Gengibirra 
Shiro Wat 
Ye’abesha gomen 
Panqueca da barriga da baleia 
Café


GENGIBIRRA 

Prepare com dias de antecedência. A fermentação depende da temperatura mas se não estiver muito frio, três dias é o bastante. 
Para quem mora em cidade grande, recomendo preparar com água mineral. Já fui frustrada várias vezes porque o fermento não consegue sobreviver e muito menos se multiplicar com a quantidade de substâncias da água, mesmo filtrada e fervida. 

Em uma garrafa pet de 2l coloque: 
1 xíc açúcar 
1 cc fermento biológico seco 
misture 

No liquidificador, bata bem: 
2 cS gengibre fresco picado 
água 
suco de 1 limão 

Coe e junte ao açúcar com fermento na garrafa. 
Coloque água até uns 3cm da borda e mexa bem para que tudo fique bem misturado e dissolvido.
Para fechar a garrafa, aperte seu corpo até que o líquido chegue até a borda e então tampe. Ela ficará amassada. Quando o fermento ficar ativo e gerar CO2 a garrafa vai estufar. Quando estiver bem dura, um dia ou dois depois desse preparo, coloque na geladeira porque está pronta.

Abra com cuidado, de preferência sobre a pia.


SHIRO WAT 

Para a lava incandescente, faremos três pré-preparos:  

    1) Massala Berbere 
As massalas são misturas de especiarias. 
A quantidade indicada resultará em mais Berbere do que será necessário nesta refeição, mas você pode utilizar em outros preparos. 
Misture: 
½ cc canela em pó 
1 cc feno grego moído 
1cc cardamomo moído 
1 cc coentro em pó 
½ cc cravo em pó 
1cS pimenta caiena 
1cc cominho em pó 
½ cc pimenta jamaica 
¼ xíc páprica doce 
¼ cc noz moscada ralada

    2) Farinha Shiro: 
2 cS berbere 
175g farinha de grão de bico

Leve a farinha de grão de bico a uma frigideira grande e mexa sempre, em fogo médio, até tostar uniformemente. Adicione a massala e deixe esfriar bem espalhado ou mexendo de vez em quando para liberar o vapor/umidade.

    3) Niter Kibbeh 
É uma manteiga temperada. É opcional mas fica realmente muito bom com ela.
Como a massala, a quantidade é mais do que necessário para esta refeição, mas divirta-se em outros preparos. 
250g manteiga vegetal 
5 dentes de alho 
½ cebola 
5 fatias de gengibre 
7 cardamomos 
3 cravos 
25g manjericão tailandês 
1cS manjericão seco 
1/2cc hortelã 
1cc canela 
½ cS cúrcuma em pó


Preparo da sopa: 

Em uma tigela, dissolva a farinha shiro em 500ml de água fria. 
Coloque água para ferver. 
Em uma panela, aqueça óleo e refogue 1 cebola picada; quando estiver translúcida e macia, junte 2 ou 3 dentes de alho ralados ou bem picados. Deixe o alho refogar. Acrescente os tomates picados mas reserve alguns para a finalização.
Adicione ao refogado a farinha hidratada mexendo sempre, pois ela vai engrossar. É como fazer polenta. 
Não deixe de mexer. Quando começar a ferver, acrescente mais água quente até que fique mais lisa e quando ferver novamente tampe a panela antes que comece a borbulhar e a lava quente atinja seu braço. 
Deixe cozinhar 15 minutos, apague o fogo e quando a lava oferecer segurança, mexa bem, confira a consistência, o tempero e salgue. 
Sirva com tomate cru picado e gengibre fresco se estiver novo e tenro. E a manteiga temperada.


PANQUECA DA BARRIGA DA BALEIA 

O preparo é muito simples mas você pode ver a carinha dela aqui
Descasque inhame, rale, salgue e acomode sobre uma frigideira untada, em uma camada fina. Use uma espátula de silicone para alisar e arrumar as bordinhas. 
Deixe cozinhar em fogo baixo por alguns minutos, vire e deixe cozinhar do outro lado. 
Fiz um teste misturando o inhame cru ralado com fermento natural e deixei um dia em temperatura ambiente, para ter o sabor mais próximo da injera (do que imagino dela) e amei o resultado. 
O inhame é conhecido por diferentes nomes, dependendo da região. É esse:



YE’BASHA GOMEN 

As receitas variam bastante então não se preocupe se não tiver um ou outro ingrediente. Sei que a lista de compras de especiarias está comprida já com a masala berbere. Você pode trazer de lá a caiena e também o cominho, se quiser. 

4 cS de manteiga vegetal ou óleo de girassol (não use a manteiga temperada) 
¼ cc sementes de cardamomo 
¼ cc fenogrego 
½ cc gergelim preto 
1 cebola 
2 dentes de alho pimenta 
1 dedo de gengibre 
5 folhas de couve pimenta do reino preta 
½ limão 

Corte a cebola em julianas finas; para isso corte a cebola longitudinalmente e então corte fatias do dentro para fora. 
Pique ou rale o alho e o gengibre. O gengibre velho é muito mais forte do que o novo, por isso é muito difícil definir a quantidade dele em uma receita. Se ele estiver fibrosinho coloque menos, a não ser que você ame gengibre.
Se necessário, moa, amasse ou pique bem as sementes de cardamomo, fenogrego e a pimenta do reino. Corte a couve em tiras. Não precisa ser tão fininha como estamos acostumados. Pode ser até 1cm de largura, mas não deixe tão comprida para não virar um talharim.
Aqueça uma panela em fogo médio. Adicione o cardamomo, fenogrego e o gergelim preto. Mexa por um minuto. 
Aumente um pouco o fogo e adicione o óleo/manteiga e junte a cebola, mexendo até que ela fique transparente já ficando marronzinha, uns 10 minutos. 
Junte então o alho, o gengibre, a pimenta se for fresca e mexa por mais uns 3 minutos. 
Só então adicione a couve, um tiquinho de água pra recuperar o tempero que grudou na frigideira e deixe refogar. Quando estiver macia salgue, apague o fogo e coloque o limão na hora de servir.



LISTA DE COMPRAS 
para três pessoas 

Feira 
limão - 2un 
tomate maduro- 6un 
inhame - 6un 
cebola - 2un 
alho 2 cabeças 
pimenta fresca 
gengibre fresco 
couve - 1 maço 
manjericão 
hortelã

Secos e molhados: 
especiarias em quantidades mínimas: 
feno grego 
cardamomo inteiro 
coentro em pó 
cravo em pó 
pimenta caiena 
cominho em pó 
pimenta jamaica 
1/4 xíc páprica doce 
noz moscada 
pimenta do reino preta 
canela 
cúrcuma em pó 
gergelim preto 
manjericão seco 
farinha de grão de bico - 175 
açúcar - 180g 
fermento biológico seco - envelope pq 
água mineral sem gás de 2l 
300g manteiga vegetal
café

[texto enviado na data da lunação para apoiadores, publicado aqui em 29/12/24]




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