Algo dramático acontece no Céu. No segundo plano da cena celeste se dá a oposição exata entre Marte em Áries e Vênus em Libra.
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A natureza e a cultura.
O cru e o cozido.
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Aproveito a Lua em Virgem pra puxar a quadrilha bibliográfica. Carlos A. Dória traz a imagem que Lévi-Strauss propôs:
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“Entre várias tribos indígenas brasileiras, a mitologia sobre a conquista do fogo e das plantas domesticadas marca a passagem da ‘vida longa’ (a imortalidade) para a ‘vida breve’. Nessa ruptura entre o estado de natureza e a cultura situa-se a culinária."
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A imortalidade do Marte colérico, que é chama mas eterno enquanto dura.
A vida breve da Vênus que exalta Saturno, a consciência dos limites.
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"Se não dominamos o fogo e, por extensão, o mundo dos alimentos que levamos à boca, o prazer nos escapa entre os dedos e nos vemos como antagônicos ao mundo natural, como se este se recusasse a nos alimentar. Assim é que a reflexão sobre a culinária e a gastronomia faz parte da compreensão da nossa relação com o mundo exterior, abrindo as portas para a construção da nossa individualidade como um processo interativo com o próprio mundo em que vivemos."
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Carlos Alberto Dória. Estrelas no céu da boca. Ed. Senac.
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