04 março 2020

Júpiter em Capricórnio




                 Que bom esse barulhinho de ficha caindo!

                 Estudo Astrologia há uns dois anos, na época Saturno chegou a Capricórnio e está lá até hoje; Júpiter também só deu um passinho, estava em Escorpião e logo chegou a Sagitário e ali ficou um bom o tempo, domiciliado, relinchando felizão.
                 De repente Júpiter cai e "Óh meu Zeus" e eu, novata, fico quebrando a cabeça e tentando perceber alguma coisa, pra apreender mesmo, juntar a vida que me cerca com o que vejo nos escritos.
Por exemplo, um dos aforismos de Hermes diz que "Júpiter dissolve a malícia de Saturno". Mas e em queda, disposto pelo próprio Saturno domiciliado, como isso acontece? Ou ainda: isso acontece?

                 Então vi essa foto. Coisas de Lua em Câncer.
                 O prato de nhoque com o dinheiro embaixo.
                 No Dodô em Curitiba tinha sempre nhoque da fortuna nos dias 29.
 

                 De algum lugar da internet: "Conta a lenda que São Pantaleão, numa distante noite de 29 de dezembro do século IV, perambulava, maltrapilho, por um vilarejo da Itália. Faminto, bateu à porta de uma casa. A família, numerosa, não tinha comida sobrando, mas, apesar disso, o patriarca fez questão de dividir o pouco que havia para o jantar com o desconhecido. A família, reunida em torno de uma grande e pobre mesa, comeria nhoque. E, ao dividi-lo com São Pantaleão, cada um dos filhos e filhas do dono da casa (além dele próprio e da esposa) teve de se contentar com sete pedacinhos de massa. São Pantaleão comeu, agradeceu a acolhida e se foi. Só quando recolhia os pratos da mesa é que o patriarca descobriu que, embaixo de cada um deles, havia bastante dinheiro."
                 O nhoque de então era uma bolinha de farinha com água.

                 Hoje a gente faz nhoque fofinho com batata, com ovo (ou psilium); hoje a gente olha pra religião com um pouco mais de desconfiança e tem nessas tradições uma superstição divertida. Que seja. Hoje com Júpiter em Capricórnio o que me chama a atenção é a imagem da generosidade mesmo na miséria, e, hoje, a fé no ritual, que no fundo todo mundo espera sim que seu dinheirinhho se multiplique.

foto da Karla Gironda

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