Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas lhe lembrava sempre o destino dos amores contrariados.
Havia revistas e jornais velhos em todos os cantos, pilhas de negativos em placas de vidro, móveis quebrados, mas tudo estava preservado da poeira por mãos diligentes. Embora o ar da janela houvesse purificado o ambiente, ainda persistia para quem soubesse identificá-lo o rescaldo morno dos amores sem ventura das amêndoas amargas.
Gabriel Garcia Marquez “O Amor no Tempo do Cólera”
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