"O nome engana, mas o Café Jacú, produzido no Espírito Santo, é uma das mais finas iguarias gastronômicas do Brasil. Trata-se de um café especial,produzido, por incrível que pareça, do estrume dos jacus, uma espécie de pássaro preto, pouco maior que uma galinha, nativo da Mata Atlântica.
A coisa funciona assim: o café da qualidade arábica é colocado em cumbucas, que o jacu come, mas não digere as sementes. Depois os funcionários colhem o estrume, que é seco ao sol, esterilizado e embalado. A técnica é inspirada no café Kopi Luwak, originário da ilha de Sumatra. Lá um gato selvagem, chamado Kopi Luwak, é que come - e digere - o café.
No Brasil, a técnica de Sumatra foi adaptada pelo empresário Henrique Sloper Araújo, dono da Fazenda Camocim, em Venda Nov do Imigrante, no Espírito Santo. Formado em Comércio Exterior nos Estados Unidos, o comerciante transformou um problema em solução.
A fazenda tem 300 hectares, e é cercada de Mata Atlântica. Os jacus comiam a produção, e Henrique chegou a pedir autorização do Ibama para abater os bichos, mas não conseguiu. Foi quando resolveu usar a técnica de deixar os bichos comerem o café, e aproveitar os grãos presentes no estrume para fazer café. Depois de quase seis meses de testes , a fazenda chegou à equação que deu certo.
O resultado de ambos são cafés menos adstringentes, levemente adocicados, encorpado mas leves ao paladar."
Augusto Franco
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09 janeiro 2009
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